terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Rojões e Espadal = S. Gonçalo Covelas 2010



S. Gonçalo de Covelas

“A devoção a São Gonçalo espalhou-se também ao longo dos caminhos da viandância em geral e particularmente da peregrinação jacobeia, aparecendo quase sempre ao lado de antigos caminhos e muitas vezes associada à de Santiago de Compostela. Por ter sido também ele um peregrino, São Gonçalo tornou-se rapidamente o patrono dos caminhantes em geral e dos peregrinos em particular, uma verdadeira "devoção paralela" dos caminhos jacobeus portugueses.”


Será que é por isto que é tão especial o S. Gonçalo? Talvez por ser ele um peregrino e quase todos os ciclistas tem um certo sentimento de peregrino. Talvez pela belos repastos que proporcionam as festas em honra deste santo.

Mas como “amantes” da nossa gastronomia não podíamos recusar o chamamento que S. Gonçalo nos fez lá do alto do monte de Quereledo que prometia belos rojões regados pelo revigorante espadal.

Reunida a trupe lá fomos ao encontro dos outros bravos que nos esperava junto de outro ponto religioso de S. Pedro Fins e dai foi um instante até entrar no trilho que havia pensado.






Subida ao Bom Jesus que é a mais difícil do percurso, dali descemos em direcção a Alfena e logo aparece a primeira contrariedade e os primeiros abandonos com o Rui (com um problema técnico/táctico/logístico com falta de um dropout) e o Henrique em companhia.

Passada a fase mais escorregadia do percurso que provocou alguns momentos de boa disposição, o pessoal já reclamava pelo “repasto” e lá nos dirigimos para a santa festa e à chegada acampamos no 1º lavrador que tinha a porta aberta pois o “poiso” do costume estava pejado de caçadores de mouros.



Boa escolha! O pessoal comeu, bebeu e no final ainda tinha vontade de voltar pois algusn mesmo sugeriram que iriam ao local com as respectivas senhoras para um segundo “encore” de rojões e espadal.



Quando vínhamos embora recebemos uma chamada do pessoal perdido a avisar que estava a “pregar em outra freguesia” e que o tinto pinta línguas seria de qualidade…e pela foto está comprovado.



Em suma mais um excelente passeio entre amigos.

Venha o próximo.

Ficam as fotos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

domingo, 3 de janeiro de 2010

A Vaca Eriçada - 2010/01/02



Boas a todos,

Este percurso esteve marcado inúmeras vezes, por impossibilidade de uns, infortúnio de outros e outras coisas do acaso, foi sempre adiado e “como o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita” o passeio que se realizou no passado dia 2 não foi excepção.

À partida estávamos eu e o Bruno, e o tempo não inspirava muita confiança pois ameaçava chuva forte.

Conforme havíamos constatado no track de gps os primeiros km seriam de subida e com um inclinação assinalável pois a altimetria não enganava com um desnível de 790mts desde Ponte de Lima até à ligação para o Corno do Bico em apenas 15km.


A subida era constante e esmagadora no que diz respeito a pulsação e ritmo mas paulatinamente foi sendo conquistada km após km ficando as paisagens que nos acompanharam ao longo do percurso.A ideia inicial seria sair de Ponte de Lima, passar na aldeia da Vacariça e fazer um percurso já conhecido e que se revelou no reconhecimento topográfico antes da partida como sendo porreiro.


Depois de passarmos pela aldeia faltava a parte final da subida e que fez alterar os planos iniciais à medida que chegávamos ao topo.


À medida que subiamos as paisagens iam ficando mais idílicas e dignas de fotos para mais tarde recordar.




Mas a chuva tinha vindo para ficar e desta vez parecia gelo a embater contra o nosso corpo. A dada altura nem as mãos, de tão geladas que estavam, conseguiam travar o suficiente para conter a velocidade que a gravidade nos impulsionava. A primeira fase da descida levar-nos-ia até ao caminho Português de Santiago, passando pela Labruja, mas a meio desta já tínhamos decidido que iríamos regressar mais cedo optando por cortar pelo caminho de Santiago no sentido inverso até Ponte de Lima.




Rápida, serpenteante, perigosa a dita descida foi novamente alterada devida aquilo a que muitos chamam de arte nobre da caça!!! O percurso de peregrinos estava infestado de caçadores que esperavam que algum animal lhe aparecesse à frente para o chacinar com um tiro certeiro. Depois de passarmos por três destes “nobres” fomos informados por um deles que “vocês não podem andar aqui hoje…nem sonham no perigo em que andam!!! O que temos nas armas são balas reais que podem chegar a km de distancia e que vos podem atingir…Desapareçam daqui! Não viram as placas? Esta a decorrer uma montaria de caça grossa ao Javali.”
A verdade é que não vimos, nem havia placa nenhuma do lado que vínhamos a descer, apenas encontramos uma placa depois de ter descido praticamente toda a serra e termos chegado à estrada.

Resumindo, a Vaca estava definitivamente Eriçada e sabendo o que sabemos hoje mais valia ter ficado em casa. Chuva, vento, frio não nos metem medo agora tipos que andam aos tiros no meio de um caminho que é considerado por muitos sagrado ou algo parecido…isso já mete respeito.

No final e de regresso a Ponte de Lima com 44km feitos o que nos aguardava foi um bom banho na Pousada da Juventude de Ponte de Lima (agradecimento pelo acesso aos banho) e um petisco na tasca da D. Márcia.

Fica o cardápio:


E as fotos:
Vacariça


Um abraço e cuidados com os "nobres"

Nuno Cunha




O track: